domingo, 23 de janeiro de 2011

Lavra, dio!

Com medo de matar a poesia, tomei uma pílula
Deixa para que me reiventasse

Rezei para que nem todos os dias fossem quadrados
E antes mesmo que o corpo ereto virasse horizontal de cansaço
Sentei e encarei a rotina.

Fez-se o duelo.
Como uma mãe loba disse:
"vá te embora hora vazia.Que aqui nesse peito há sempre poesia".

Que venham as contas do fim do mês
E o tempo que passa e foge a minha lucidez
Que no fundo dos meus olhos, há entranha de mundo
E sempre se chora a saudade do tempo vadio

Aqui na cidade, não se ara a terra
Mata os relógios
Tempo é sinônimo de dinheiro

No imundo dos homens
Já não gosto tanto do que escrevo.

Sonhando acordada, ou trabalhando deitada
Durmo à noite pra viver
Visitar a praia em frente
Distante vizinha que nunca me vê

A pessoa nasce para o que é?
Porque arredia de mim
Me misturei por inteiro

Agora faço matemática com as palavras
E erro a soma
Será + ou - o que me consome?

Bazófia

Desculpa se te chamei de "frenesi ermo"...Sério!

É que às vezes a pupila se adianta

Masca o freio.


E vai ser difícil pra mim

Quando você me olhar com olhos de

"E você sempre tão cética quando eu vou às estrelas"


Você busca a protagonista do seu filme

Mas, eu sou a voz over


Nada de ponto final, só vou virar de costas.

Você sai um pouco do quarto, depois volta? Mesmo?


Meus cachos secos e cansados sabem:

Vou ser eternamente condenada ao reino dos amores perdidos

E vou te amar pra sempre por isso


Você vai virar o déjà-vu que nunca acontece...


Você precisa saber:

Eu como mal, tenho medo do tráfego

E sinto saudade de casa na hora do almoço


Eu falo muito.Muito mesmo.Muita opinião

Agora eu vejo: muito ruído, pouco latim

Me sinto transgênica

Tenho que provar o tempo todo que sou coisa


Durmo demais.Apareço demais

Derramo vinho na roupa


Esbanjo.

Esqueço.

Vontade de existir só em silêncio

Íntima de mim

Eu bebi a gente ontem e acordei com ressaca


Te perdi no buraco negro do cotidiano?

Nosso feijão com arroz se abalou?

Não sou capaz de juntar as roupas íntimas e imundas?


Tenho medo de nunca sair de mim


Vendo o "deadline"do meu ânimo me assustei:

Você ainda é o axioma do meu dia

Então, me dança até o fim do romance.


Vou me dessentir de tudo pra entrar em você

Queria ser mãe de mim e evitar os erros